Mocambique - Apostador ganha no Totobola, mas Sojogo recusa-se a entregar o valor do prémio

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Apostador ganha no Totobola, mas Sojogo recusa-se a entregar o valor do prémio

Arão Massangai foi aconselhado pela Sojogo a reclamar por escrito, mas o mesmo disse ao “O País” que não vai escrever nenhuma carta a reclamar o prémio, porque a microfilmagem é da responsabilidade da Sojogo e não sua, prometendo “levar o caso ao tribunal”, se a Sojogo não lhe pagar o que deve.
Arão Massangai participou do concurso número 11 do Totobola - um dos jogos promovidos pela empresa Sojogo -, referente a 10 de Março de 2012 , e ganhou, mas a empresa de jogos recusa-se a dar o valor do prémio ao vencedor, alegando que a matriz com o número 68 027 não passou pela microfilmagem ou digitalização, um processo imprescindível para a validação das matrizes dos apostadores.

De acordo com a matriz na posse do jornal “O País”, Massangai acertou todos os jogos, o que lhe garante o primeiro prémio e outros oito segundos prémios do concurso número 11 de Totobola.

A Sojogo confirmou o prémio na segunda-feira da semana passada (26 de Março de 2012), tendo escrito na matriz vencedora o valor de 280 201 meticais, correspondentes ao primeiro prémio e oito segundos prémios do totobola. Até, pelo menos, quarta-feira da semana passada (28 de Março de 2012), Arão Massangai tinha sido confirmado como vencedor de Totobola.

Sucede, porém, que, na quinta-feira passada (29 de Março de 2012), três dias após a confirmação do prémio, a Sojogo disse que não pode pagar ao vencedor, porque a sua matriz não aparece na microfilmagem referente ao concurso número 11 de Totobola. A microfilmagem de Totobola é feita todas as sexta-feiras, à noite, para, no sábado, mandar-se o disco para a inspecção e ao júri do jogo.

Arão Massangai foi aconselhado pela Sojogo a reclamar por escrito, mas o mesmo disse ao “O País” que não vai escrever nenhuma carta a reclamar o prémio, porque a microfilmagem é da responsabilidade da Sojogo e não sua, prometendo “levar o caso ao tribunal”, se a Sojogo não lhe pagar o que deve. Massangai reportou o caso à Inspecção-Geral de Jogos, tendo esta prometido falar do assunto esta quarta-feira (hoje).

Casa campião confirma registo da matriz

A Casa Campião confirmou ao “O País” que Arão Massangai comprou e apostou a matriz merecedora de prémio nas suas instalações, tendo acrescentado que não percebe por que o apostador está a ser penalizado por uma possível falha que não lhe diz respeito.

O estranho é que a Sojogo não informou a agência do apostador, ou seja, a Casa Campião, sobre a falta de microfilmagem de uma das matrizes enviadas, como tem sido habitual, sempre que se regista uma irregularidade no concurso. “A Sojogo tem-nos reportado sempre que detecta uma irregularidade. Muitas vezes, a reclamação é feita quando se regista a falta de uma matriz no número das que enviámos. Desta vez, tivemos um caso diferente, mas a Sojogo não nos reportou o sucedido”, disse Luísa Fernandes, gestora da casa Campião.

Sojogo não dá prémio ao apostador sem apurar a verdade

A Sojogo diz que não pode atribuir prémio a uma matriz que não tenha passado pela microfilmagem, conforme mandam as regras específicas do Totobola. A empresa de Jogos insiste que o senhor Massangai deve escrever uma reclamação a expor a situação. Nós estamos interessados em ver marcações que o senhor Massangai fez na matriz premiada no disco do microfilme, mas não conseguimos ver. Nada nos garante agora que a matriz deu entrada na sexta-feira e não num outro dia”, disse o director de Explorações da Sojogo, Tiago Nhaca, abrindo a possibilidade de a matriz ter sido introduzida no jogo depois da sexta-feira.

“O País” visitou ontem à Sojogo para se inteirar do sucedido com a matriz que ganhou o primeiro prémio do Totobola, mas que não foi digitalizada pela empresa de jogos. De facto, a matriz de Arão Massangai deu entrada e foi contabilizada pela Sojogo, no sábado, de manhã, mas, estranhamente, não foi microfilmada juntamente com as outras matrizes do mesmo concurso.
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